A informatização do sistema educacional no país, apesar de recente, tem gerado diversos questionamentos tanto a cerca de sua própria função quanto no significado atual da vida escolar. A escola, com as chamadas TICs, perdeu sua função de detentora do conhecimento formal, hoje é possível ter acesso não só a informações adicionais ao ensino regular, mas também obter títulos por meio dos estudos a distância. Assim, hoje o papel da escola vem se transformando e à ela devem-se outros saberes, tal como aprender a filtrar as informações e posicionar-se criticamente diante delas, aprender a pesquisar, a conviver, a dividir etc.
Por outro lado, com a informatização das escolas, é possível também modificar a maneira como as informações contidas na rede são processadas por indivíduos que a vivenciam de maneira didática e monitorada, fazendo do acesso às informações um meio de ascender intelectual e socialmente. No entanto, é necessário que exista um trabalho pedagógico de auxílio, de modo a equilibrar a formação técnica e a educacional, com o intuito de não apenas capacitar indivíduos na utilização de computadores, mas também aptos a questionar, criar e utilizar esse meio de comunicação como uma forma de participação na sociedade.
É nesse sentido, que se torna imprescindível que exista maior competência tanto da parte dos gestores dos programas de inclusão, seja ele público ou civil, quanto dos educadores na missão de promover o sentido implícito na prática do uso da linguagem digital. Quais seria tal “sentido”? É preciso mais do que conhecer a linguagem, é necessário saber como utilizar tais recursos para otimizar seu tempo e melhorar sua própria vida.
EaD: Alternativa para a inclusão ou modelo de segregação
O modelo pedagógico de educação a distância pode ser entendido como um expoente da inclusão, uma vez que a partir dele se tenha atingido quantidade cada vez maior de sujeitos com perfis diferentes, firmando-se assim, como um sistema educacional mais igualitário. Dados como os que apontam a tabela abaixo (Fig. 1) demonstram que a modalidade EaD para os portadores de deficiência física, por exemplo, é uma alternativa que cada vez mais se viabiliza
Fig 1 – Tabela com o número de alunos com necessidades especiais matriculados em graduações a distância
Graças à relação especifica que se estabelece entre os usuários da modalidade EaD, constata-se uma melhor adaptação de seus ingressantes, uma vez que questões políticas, burocráticas e econômicas estão à mercê do poder que é favorecido no ciberespaço: o poder de inferir sentido às formas simbólicas que ali circulam, como apontam as observações de Adja Ferreira de Andrade e Maria das Graças Pinto Coelho, ambas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sobre a emancipação do sujeito por meio das tecnologias.
O tipo de poder favorecido pelo ciberespaço é diferente do poder burocrático e hierárquico do qual estamos acostumados a ser vítimas em nossa sociedade. O poder aqui está relacionado à capacidade do sujeito de inferir sentido às formas simbólicas que estão circulando no ciberespaço (Alava, 2002). Do contrário, o sujeito não se emancipa e se subordina a manipulação simbólica dos que detém o poder na mídia. (Andrade. Coelho, 2004). Por várias vias, é possível constatar que a EaD minimiza diferenças e aproxima perfis e personalidades diferentes. Por outro lado, é saudável que tal fusão resulte em modos de inserção mais igualitários na sociedade em geral e seja a matriz de convívios presenciais mais harmoniosos.
Referências
INCLUSÃO DIGITAL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Inclus%C3%A3o_digital&oldid=25082229. Acesso em: 2 maio 2011.
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